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Fundadora

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Madre Maria São Miguel não pertence ao hoje histórico, sujeito a envelhecer e a ser ultrapassado, mas sim ao HOJE de Deus, sempre NOVO. Por isso, a sua mensagem, depois de quase dois séculos, conserva o perfume agradável do mistério divino, inserido na história humana.

Nasceu no dia 24 de outubro de 1798. Uma data como tantas outras mas que, nos desígnios do Senhor, tem um sentido: é neste dia que a Igreja celebra a festa do Arcanjo São Rafael, atribuindo-se-lhe, segundo as Escrituras, a tarefa de curar e consolar. Encontramo-lo ao lado do jovem Tobias, como amigo e companheiro de viagem (Tob 5,5-21).

Nos traços biográficos, bem delineada, encontra-se a trajetória de vida de Bárbara Elisa, desde o seu nascer na boa família CHANDELUX POUX, até o seu voltar à Casa do Pai, no dia 22 de dezembro de 1855.

CORAÇÃO FECUNDO

A fecundidade do amor não conhece barreira. É perene doação. “Não há maior amor do que dar a vida por aquele que se ama” (Jo 15,13).

O mistério do amor leva o homem a sair do casulo restrito do egoísmo e a lançar-se na aventura maravilhosa da vida.

Madre Maria São Miguel podia guardar para si a fecundidade do amor. Ao seu redor, uma sociedade discriminatória via um número pequeno de ricos e um número de pobres que aumentava sempre mais. Percebia que as crianças sem cultura e sem educação seriam incapazes de transformar a sociedade. Os órfãos, abandonados a si mesmos ou nas mãos de padrinhos inconscientes, eram transformados em mão de obra barata.

O grande lema norteador desta mulher, corajosa, educada no sofrimento e nas dificuldades da vida, podemos resumi-lo numa palavra: “EDUCAR PARA DEUS”. Educar não é nada mais que a arte nobre e delicada de saber canalizar os sentimentos humanos, as energias do coração para o bem, a honestidade, o respeito aos direitos inalienáveis do homem.

A falta de educadores desagrega a sociedade, corrompe o homem. Onde houver interesse, busca de vantagem, riqueza, não haverá uma verdadeira pedagogia educacional.

A educação é transbordamento de amor, é doação, é missão sacerdotal, é pura gratuidade.

Bárbara Elisa sabe esperar o momento do Espírito Santo para iniciar a sua obra educacional, educando o coração das crianças e jovens da classe Média.

Uma obra ousada e desafiadora. Mas os profetas sempre são corajosos e escandalosos no seu agir. Até que os ricos não se convertam ao amor não haverá justiça. A lei da violência exaspera o egoísmo, a evangelização do amor abre novos horizontes.

A vocação educadora de Bárbara Elisa encontra a sua realização no projeto de Ana Viret que, orientada pelo Pe. Agathângelo, queria fundar uma escola para atender jovens da sociedade. É um trabalho árduo, mas que não abala a sua coragem.

Nos pensamentos de Madre Maria São Miguel há pérolas que revelam o seu grande amor e competência na Educação.

“Educai, construindo sobre o que é verdadeiro: a virtude sólida, a verdadeira bondade, o bem moral”.

“Preparemos bem nossas aulas: fazer passar pelo coração as lições que vão ao espírito”.

Não uma cultura, simples e puramente, mas uma Educação.

Só através do amor se pode tocar o abismo do coração humano.

Madre Maria São Miguel é uma grande educadora que deve ser redescoberta como modelo para quem, na vida, propõe-se à árdua tarefa de educar corações e inteligências. Ganhando o coração do homem, teremos nas mãos o futuro da sociedade de hoje.

Ela é consciente da importância que tem o estudo. Por isso, convida suas Irmãs a serem competentes na educação: “É preciso estudar todos os dias e sempre… ”

“DEUS SÓ”

Toda vida de MADRE MARIA SÃO MIGUEL podemos resumi-la nesta frase que revela a sua alma contemplativa: “DEUS SÓ“! É a busca do Absoluto de quem se decide a seguir de perto o Senhor. Tudo é relativo e passageiro. Só a força do amor permanece como semente fecunda, lançada à terra fértil do coração humano. A nossa vocação não é ser “ceifadores”, mas semeadores. Quem semeia não pode desconfiar que sua semente não vá nascer e tampouco que o terreno vá rejeitar a força da vida.

Assim, quem escolhe o caminho da educação, antes de tudo, deve ser uma pessoa de esperança, que, sem se cansar, como Madre Maria São Miguel, lança sementes de vida, na certeza de que um dia irão germinar e dar frutos.

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